Secretária de Estado reconhece que bicicleta é alternativa de transporte que deve ser "acarinhada"
Governante com pasta da Mobilidade diz que estudos indicam que portugueses continuam agarrados ao automóvel. Dados do INE revelam aumento de uso do carro de 62% para 64% em dez anos.
“Não podemos só olhar para o metro ou só olhar para o autocarro, temos de olhar para todos os modos, e esses dois modos, o ciclável e o pedonal, nomeadamente nos grandes centros urbanos, são de facto uma alternativa que nós temos que acarinhar e estimular”, defendeu a governante durante uma visita à futura estação Hospital Santo António do Metro do Porto, que realizou na quarta-feira.
“[O Governo] tem de olhar, porque nós temos as metas que nos estão estabelecidas a nível europeu. Temos um propósito de fazer uma descarbonização, [e] 2030 é uma meta muito importante, temos de reduzir os nossos gases do efeito de estufa em 55%, e o setor dos transportes é um setor crítico para o alcance desses objetivos”, disse aos jornalistas, segundo a agência Lusa.
Cristina Pinto Dias respondia após ser questionada se o novo Governo (PSD/CDS-PP) iria olhar de forma séria para a mobilidade ativa (ciclável e pedonal), tendo afirmado que dentro da alteração da quota modal que pretende retirar do automóvel para o “transporte público”, inclui “uma cadeia de valor onde estão envolvidos todos os modos”.
Questionada se os portugueses continuam agarrados ao automóvel, Cristina Pinto Dias afirmou que “os estudos dizem isso mesmo”, já que os dados do INE referem que a quota modal do transporte individual cresceu de 62% em 2011 para 66% em 2021.
“Há aqui uma cultura que nós temos que inverter, e temos que inverter com provas dadas. Melhor qualidade de serviço prestado, encurtar distâncias, promover uma boa intermodalidade entre os diferentes modos”, considerou.
Cristina Pinto Dias disse ainda que se tem reunido com “quase todas” as associações do setor da mobilidade ativa, que pediram concretização de metas e calendário para as políticas públicas públicas nesse sentido, cinco anos após a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável ter sido publicada.